domingo, 6 de dezembro de 2009

Rescaldo – Passeio BTT de 05/12/2009 - Varandas da Arrábida (a solo)



Como esta semana a grande maioria do pessoal tem outros planos para domingo, decidi ir hoje fazer o passeio desta semana. A decisão sobre qual o percurso a fazer foi muito fácil, pois sempre que eu falo nesta volta ao resto da malta o interesse demonstrado é muito pouco (para não dizer nenhum...). O destino eram as "Varandas da Arrábida".
E já que ia sozinho e não tinha pressa em chegar a casa, decidi fazer um percurso mais longo, com menos alcatrão e mais trilhos, muito mais ao meu gosto!

A entrada no Parque Natural da Arrábida, foi feita pelas traseiras cemitério da Quinta do Anjo, eu ainda nunca tinha passado por ali e fiquei bastante satisfeito com a escolha que fiz, porque ganhámos mais uma alternativa para entrar/sair da Arrábida.

Ainda na Quinta do Anjo mas já dentro do parque natural, perto da "Quinta dos Franceses" e já em terrenos conhecidos, chegaram as subidas! Optei pelo trilho empedrado que surge à direita e que tem vista para Cabanas e para o "Cabeço das Torres". O inicio da subida foi feita a pé, mas depois de passar pela parte com mais pedras, montei novamente e segui sempre pelo trilho até ao canavial.



Quando cheguei ao Canavial, a opção foi de seguir uns metros a pé porque aquela parte estava um pouco enlameada e ainda era muito cedo para ir  dar boleia à lama. Como a caminhada estava a ser agradável, optei por também fazer a pé a difícil subida das rochas que vai dar à casa abandonada.



Já montado fiquei surpreendido com a ausência da lama no estradão que segue até ao "Cai-de-Costas"!









Aqui estou naquela zona onde já se vê o topo do "Cai-de-Costas", e que se consegue antever o que aí vem já a seguir!
 

Nesta altura o tempo começou a piorar e as nuvens começam a aparecer...






Prato pequeno, carreto de 32 dentes engatado estava na hora de subir o "Cai-de-Costas"!






Ou melhor... de tentar subir montado! Hoje não correu bem e tive que desmontar! E como a volta era maior que o habitual nem voltei para trás para tentar outra vez. Optei antes por tirar umas trugas e observar que o buraco onde a malta se costuma enfiar está cada vez maior! Na fotografia não dá para ver muito bem, mas acreditem que está mesmo grande!





A seguir ao buraco lá me montei outra vez com destino ao "Sobe-e-Desce" com as nuvens a teimarem a ameaçar chuva!





Apesar do céu estar muito nublado ao longe já se via o Moinho do Cuco





Continuei pelo "Sobe e Desce" até à capela das Necessidades






Atravessei a N10 e segui até à Quinta abandonada






O próximo destino era o Moinho do Cuco, e era tempo de começar a chover!












Era a altura de começar a descer até ao "Fim do Mundo" que agora está muito mais fácil de descer devido à colocação de gravilha na parte inicial da descida.










Virei à direita e segui até à calçada perto da Quinta do Paraíso.




Atravessei a estrada dos picheleiros e segui em direcção ao parque de campismo.



Não parei e segui pelo vale do Alambre









Cheguei a Casais da Serra e uns metros depois do Café "Bom Petisco" virei à direita para a estrada de Casais de Calhariz. Ao pé do Casal do Fojo já se viam as pedreiras de Sesimbra.



Há bttistas que quando vão até às pedreiras, nesta fase optam por saltar o muro e entrar no Casal do Fojo. Houve uns tempos em que o portão esteve preso só com um arame e podia-se entrar, mas como agora está lá um cadeado, por respeito ao(s) proprietário(s) optei por seguir sempre pelo estradão de Calhariz até ao primeiro entroncamento.




Esta parte era novidade para mim, mas como tinha estudado bem o percurso e com a ajuda do "print screen" do Google Earth não me foi difícil encontrar os caminhos certos.



Cheguei à Aldeia de Pedreiras, e já não faltava muito para chegar às pedreiras propriamente ditas. No caminho ainda encontrei um valente lamaçal, mas que pude contornar e umas subidas valentes mas que com maior ou menor dificuldade lá se foram ultrapassando.








Cheguei à Pedreira que é um dos maiores atentados ao património natural e ambiental da Serra da Arrábida e de que muito se falou nas ultimas eleições. Quem não conhece ou já não se lembra da polémica pode ler aqui o artigo do jornal "O Publico"



Aqui estava já muito próximo da primeira varanda com vista para o mar. Daqui pode-se também observar as ruínas de um forte construído mesmo junto à rebentação das ondas.











Agora era a hora de reconfortar o estômago e de continuar a apreciar a bela paisagem. Quando estava a acabar de comer ouvi vozes ao longe e um cão a ladrar. Era um grupo de jovens e a sua mascote que caminhavam sobre a "Onda Cristalizada" (em certos ângulos parece realmente uma onda de pedra).



Sigo o meu caminho ao redor da pedreira e é chegada a altura de fazer a descida mais íngreme do percurso. Há colegas do pedal que optam por fazer o trajecto em sentido inverso, a subir, mas apesar das subidas serem a minha especialidade, parece-me que a decisão mais acertada é mesmo fazer este bocado a descer! Pelas imagens dá para ter uma ideia do que eu me refiro...



Tenho ou não tenho razão em optar por ir dar a volta? Ahpoizé...

 

A pedreira maior ficava para trás e a paisagem começava a mudar!






Depois das rochas mais uma subida durinha...






Depois da subida veio a descida por uns trilhos fantásticos



A seguir ao trilho, apanhei um estradão largo que passa no meio de muitos prados verdes e somos acompanhados por imensos pinheiros e medronheiros (os medronhos do alambre são melhores e maiores, ehehehe)














A seguir cortei à direita num trilho que me iria levar até à segunda varanda! A subida até lá não é fácil e por isso optei por subir desmontado. Mas como a distancia é curta até se fez bem!










Depois desci uns metros pelo mesmo sitio por onde tinha subido, mas na bifurcação escolhi seguir pela opção da direita para evitar passar outra vez pelo mesmo sitio e para descobrir um trilho que ainda desconhecia. O inicio é um bocado manhoso, com muita pedra, e por segurança optei por seguir uns metros a pé, mas depois o piso melhora significativamente e surge mais um belo single-track!

 

Chego novamente a um estradão largo que sobe até à estrada nacional. Como ainda era cedo para entrar no alcatrão, cortei à esquerda e segui sempre por mais outro belo trilho que segue paralelo à estrada.










Agora era a altura de abandonar os trilhos das terras do risco e rolar no alcatrão até ao parque de merendas do Alambre.






Atravessei a ribeira e segui em direcção à falésia, no caminho vi uma serie de cogumelos, mas vi um que tinha um aspecto peculiar e por isso totalmente diferente de todos os outros.

 



Se os cogumelos da semana passada tinham um aspecto delicioso, este não se pode gabar do mesmo...
Continuei pelo Alambre e subi até ao difícil trilho que sobe até ao estradão que vai dar à falésia.



Depois desci até Azeitão e aproveitei uma das fontes para reabastecer o meu saco-hídrico (os 2 litros não foram suficientes!)

 





Depois de reabastecer segui pelo caminho habitual até casa, mas antes de lá chegar não resisti e ainda apanhei um saco de espargos!







E pronto, já não mais nada a contar! Resta dizer que foi uma grande aventura, fiz muitos quilómetros com paisagens excelentes, tirei mais de 100 fotografias (138 para ser mais preciso), descobri alguns trilhos que desconhecia e ainda por cima trouxe espargos! Só foi pena ter sido uma aventura a solo, mas se assim não fosse esta jornada não teria sido possível.

Espero que um dia o resto da malta ganhe coragem e aceite fazer a versão mais curta desta volta e que desfrutem tanto como eu.





BTTista de Serviço: Carlos

Distancia percorrida: 72,99 km em 5:03:51
Altura máxima: 307 m
Altura mínima: 17 m
Acumulado de subidas: 1473 m (TrackMaster)
Indice de dificuldade: 891 (TrackMaster)


Temperatura Mínima: 13º C
Temperatura Máxima: 18º C

Dados individuais:

Media de Pulsações: 136 p/min
Pulsação Máxima: 205 p/min.

Velocidade Média: 14,40 km/hora
Velocidade Máxima: 52,70 km/hora 





3 comentários:

  1. Grande relato: pedalado, escrito e fotografado.
    É realmente uma lindíssima serra, esta a "nossa" e as pedreiras um crime violento e horrendo.
    Se tiveres possibilidade começa a colocar o total acumulado. É um dado importante para quem queira imitar a volta.

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  2. Boas!

    Eu só não tenho o habito de colocar os acumulados porque não tenho a certeza quais os valores reais. Para esta volta no gpsies dá-me 948 de subidas e 948 de descidas, no TrackMaster dá-me 1473 de subidas e o mesmo valor de descidas e no IBP Index o valor é 1427,7. Agora qual é o correcto? E o facto de em todas estas fontes os valores de subidas/descidas serem sempre iguais também me leva a desconfiar...

    Sabes qual é a fonte mais fidedigna?

    Cumprimentos,
    Carlos

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  3. Bem, eu uso um VDO 1.0 e que me parece ser bastante fiável.
    Já comparei pontos de altitude indicados no google earth com os mesmos pontos in loco e bate certo.
    Por exemplo:
    na base do cai-de-costas o google earth marca 185m de altitude. O teu altimetro deverá marcar o mesmo.
    o ponto mais alto após subires o cai-de-costas é um marco geodésico que segundo o google atinge os 242m.
    se o teu altimetro igualar, subiste 57m e este seria o acumulado do momento!
    não é muito cientifico, eu sei, mas é uma boa forma de tirares a prova dos 9.
    O VDO também fica muito aproximado das altimetrias publicadas pelas organizações de provas a que tenho ido.
    Pela volta que relatas, acho que fizeste bem acima dos 1.400m de acumulado e apesar dos menos 2km, ganhaste-me de longe pq fizeste-o em btt!!!

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