segunda-feira, 6 de abril de 2009

Rescaldo - 1ª "Bifatona"



















O inicio estava marcado para as 07h30 no Pinhal Novo, como é habitual há sempre pessoal que se atrasa um pouco, e como desta vez éramos doze bttistas já se previa um ou outro atraso. Apesar disso arrancámos por volta das 07h45.

Seguimos em direcção do Intermarché, mas antes de lá chegarmos virámos à direita para a Rua Afonso Henriques e passámos por cima da ponte. A seguir virámos à esquerda e seguimos cerca de 5 km sempre em linha recta, passando pela Centro Hípico Quinta do Rei e pela sede do Grupo Desportivo de Valdera. No entroncamento seguinte, virámos à direita e depois passados uns metros cortámos à esquerda para depois seguirmos em mais uma grande recta de cerca de 8,50 km, aqui tivemos a companhia de muito gado bovino (calma, que os eles estavam para lá da vedação) e apanhámos alguma areia pelo caminho, mas com maior ou menor dificuldade deu sempre para circular.

Conforme tinhamos combinado, a ideia era de manter sempre um ritmo entre os 20 e os 25 km/hora para podermos chegar a Vendas Novas por volta das 10h30. Mas como éramos muitos, e como nem todos aguentavam a pedalada do grupo da frente, o pelotão foi-se partindo e à medida que os quilómetros iam avançando iam-se formando pequenos grupos distintos.

Fizemos uma pausa para reagrupar e e fomos informados que o Lucas iria desistir e ia voltar para o Pinhal Novo pelo alcatrão porque já não podia mais. Eu confesso que não fiquei surpreendido com a desistência dele, porque apesar do percurso não ser na serra e não ter subidas muito íngremes, para fazer 100 km, a vontade não basta, e é fundamental ter uma boa preparação física e isso é coisa que não abunda muito por aqueles lados.

Saímos da terra batida, fizemos uns metros em alcatrão, passámos por cima de mais uma ponte e quando esta terminou, voltámos um pouco para trás e regressámos á terra batida. Cortámos à esquerda, e no cruzamento seguinte, surgiu o primeiro engano no trajecto, porque virámos à esquerda quando deveríamos ter seguido em frente. Este engano não foi grave porque depressa descobrimos como haveríamos de regressar ao trilho certo. Passámos ao lado da Estação de comboio do Poceirão e seguimos sempre junto à linha e aos eucaliptos. Foi aqui que o quadro da VAG do Luís se partiu originando a primeira e única queda do dia. O motivo do quadro se ter partido foi muito simples: - O quadro é muito pequeno para ele e para o selim poder estar a uma altura correcta, o espigão que também era curto tinha que estar muito acima e com muito pouco apoio por dentro do quadro. Mas o fundamental é que ele não se aleijou, e ainda conseguimos, embora em condições precárias, voltar a pôr o espigão no quadro de forma a ele conseguir voltar ao Pinhal Novo. E se ele já andava a pensar em comprar uma bicicleta nova agora tem uma boa desculpa para avançar com a compra!

Tivemos todos muita pena que o Luís não tenha podido continuar a fazer-nos companhia (de referir aqui que ele veio sempre a um bom ritmo e sempre perto do grupo da frente) mas tínhamos de continuar o nosso percurso, e seguimos sempre junto à Linha Férrea. Passámos junto à Adega da Casa Ermelinda Freitas e à estação de comboio de Fernando Pó e a seguir parámos junto ao Café "Benito" para o primeiro abastecimento do dia.
Como o reconhecimento da volta tinha sido feito apenas até Fernando Pó, a partir daqui todo o percurso foi novidade para todos nós.

Continuámos sempre junto à linha férrea e chegámos à estação de Pegões, passámos ao lado de diversas carruagens num cenário invulgar mas que não deixou de ser interessante.

Continuando sempre com a ferrovia ao nosso lado esquerdo, passámos por entre as Craveiras (norte e sul) e após uma subida e ao pé de um grande eucaliptal tivemos o nosso segundo erro de percurso. Isto porque nos tracks que eu tinha visualizado no Google Earth não dava para ver que haveria ali uma bifurcação. Optámos instintivamente pelo caminho da esquerda, aquele que seguia junto à linha do comboio quando deveríamos ter escolhido o da direita que pela primeira vez nos iria afastar do caminho de ferro e que por entre trilhos ainda desconhecidos por nós nos iriam levar perto de uma pequena lagoa no Monte dos Carvalhais.

O trilho que escolhemos não era grande coisa, e estava cheio de pequenos galhos de eucalipto e algumas silvas (O Licínio faz questão que eu mencione aqui que fiz uma pequena subida a pé num pedaço que tinha muita areia e que me obrigou a parar). Quando terminámos o trilho voltámos a apanhar uma estrada de alcatrão (que liga a N4 ao Monte das Piçarras). Nessa altura fui explorar um pouco dessa estrada e verifiquei que havia uma vedação ao redor da propriedade junto a essa estrada. Não andei muitos metros e por isso não tirar nenhuma conclusão mas fiquei curioso em saber se o caminho que eu visualizei nos tracks estaria ou não vedado (esperemos bem que não! Mas para a próxima descubro!).
Juntei-me novamente ao grupo, passámos uma pequena ponte, atalhámos por um trilho à direita e passados poucos metros estávamos na N4 a caminho de Bombel e a cerca de 8 km de Vendas Novas.

Era a vez do Alcatrão ser o protagonista do percurso e por isso o Fernando, o Licínio e eu aproveitamos para esticar um pouco o andamento, começamos a rolar sempre acima dos 30 e muitos km/hora e depressa nos isolámos. Ao pé da ponte de Bombel o Fernando deu uma arrancada daquelas à Armstrong da Carregueira, o Licínio apercebeu-se, colou-se a roda traseira e aproveitando o atrito conseguiu-o sempre acompanhar. Eu como não reagi na altura certa, e apesar de manter sempre uma distancia relativamente curta nunca mais os consegui apanhar. O engraçado é que quando chegámos à Rua da Boavista em Vendas Novas eu vi que eles os dois não pararam junto aos cafés das bifanas e que seguiram sempre em frente. Vim a descobrir pouco depois, pelo Lino, que eles tinham de certeza ido até à rotunda (porque da outra vez também tinham feito o mesmo). Acontece que no Domingo era dia da Volta ao Alentejo passar por Vendas Novas e quando eles vinham de regresso a Brigada de Transito obrigou-os a parar e eles tiveram que vir andando pelo passeio até junto a nós.

Vimos a passagem dos ciclistas profissionais na Rua da Boavista, e a seguir fomos encomendar as belas bifanas! Não preciso dizer que estavam deliciosas e que ficámos todos com vontade de lá voltar!

A seguir era a altura de retratar as vedetas que fizeram 50 km para comer a bela da bifana de Vendas Novas.

Quando íamos iniciar o regresso a casa, o Licínio reconheceu um casal amigo perto do café e ficou uns segundos a conversar com eles. Eu como me apercebi disso, e para ele não vir sozinho, resolvi aguardar e esperar um pouco. Entretanto quando passei para o outro lado da estrada vejo que está um rapaz com uma bicicleta de estrada com um furo e que estava a tentar tirar o pneu do aro com uma chave de fendas. Depois de um olhar mais atento reparo que ele tinha uma deficiência numa das mãos e que não estava a conseguir de maneira nenhuma sacar a câmara-de-ar cá para fora. Ele viu que eu demonstrei intenção de o ajudar e pediu-me se eu o auxiliava na tarefa. Entretanto o Licínio chegou e o Vaquinhas que estava mais à frente à nossa espera também veio e os três lá desenrascámos o rapaz. Ele ficou muito agradecido (já estava a pensar em voltar para casa de taxi) e contou-nos que tinha vindo de Aguas de Moura com um grupo de "amigos" mas nenhum deles o quis ajudar e deixaram-no lá sozinho... enfim... nem vale a pena fazer mais comentários sobre esse tipo de atitudes.

Seguimos os quatro sempre num ritmo bastante alto (sempre acima dos 35/36), ora puxavam uns, ora puxavam outros e só abrandámos quando a Brigada de Transito nos mandou parar (novamente) porque os ciclistas e os carros de apoio da Volta ao Alentejo iriam passar por nós outra vez. Eles passaram por nós a uma velocidade alucinante, os carros de apoio ultrapassavam-se selvaticamente e ocupavam a estrada por completo! Quando passou o carro vassoura lá voltámos ao nosso ritmo e seguimos sempre os quatro até à rotunda de Pegões.

Aqui na Rotunda estavam o Jorge, o Artur, o António e o Lino à nossa espera. Ele não se tinham apercebido do motivo do nosso atraso e já estavam a ficar um pouco preocupados. Despedimos-nos do rapaz (não lhe chegámos a perguntar o nome! falha nossa!), ele seguiu para Aguas de Moura e nós para o Poceirão.

Como o Zé, o Bruno e o Machadinho não pararam, e já levavam uns 20 minutos de avanço tivemos que manter o ritmo elevado para ver se conseguíamos juntar o grupo novamente.

Passádos uns quilometros lá reagrupámos, mas como o Jorge e o António não abrandaram o grupo partiu-se outra vez (eles à ida para lá foram sempre na retaguarda e num ritmo relativamente calmo e nesta fase ainda estavam cheios de força). O Licínio e eu seguimos em perseguição para ver se lhes dizíamos que tinham de abrandar andamento porque havia pessoal a ficar para trás e que o ideal seria seguir sempre a um ritmo entre os 20 e os 25 km/hora.

O objectivo foi conseguido e a partir dessa altura fomos tentando seguir sempre perto uns dos outros e parando as vezes que fossem necessárias para reagrupar.

Quem cometeu um erro crasso na minha opinião foi o Zé, que fez grande parte do percurso do Poceirão até ao Rio Frio sozinho. Isso causou-lhe um cansaço bastante grande, quer ao nível físico quer ao nível psicológico, porque não aproveitou a boleia de nenhum de nós (o Lino que diga o bem que lhe fez ir sempre colado à roda do Vaquinhas) e foi sempre a desmotivar até que resolveu parar em Rio Frio e pedir ao Lucas para o ir buscar. Foi o que se chama "morrer na praia" porque se fizermos as contas ele estava a cerca de 4 km de casa!

Estávamos a chegar ao Pinhal Novo e ao final da nossa primeira "Bifatona"! (sim primeira, porque tenho a certeza que vão haver muitas mais Bifatonas).

Uma nota final para agradecer a todos os que participaram neste passeio e que esperamos que possamos estar todos reunidos num futuro próximo.

Nota: Não vai haver vídeo, porque não tive oportunidade de fazer muitas filmagens decentes, principalmente devido ao piso arenoso que não me permitia grandes malabarismos e filmagens "on-board".


Bttistas de Serviço: António, Artur, Bruno, Carlos, Fernando, Jorge, Licinio, Lino, Lucas, Luís, Machadinho e Zé

Dados de grupo:

Distancia percorrida: 104,61 km em 4:42:53

Temperatura Mínima: 9 ºC
Temperatura Máxima: 22 ºC

Dados individuais:

Media de Pulsações: 101 p/min.
Pulsação Máxima: 234 p/min.
[estes resultados não me parece que estejam correctos, mas é o que está na maquina]

Velocidade Média: 22,10 km/hora
Velocidade Máxima: 43,00 km/hora













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