terça-feira, 21 de outubro de 2008

Rescaldo - "Reumatona" a 1ª Maratona Reumática


Reumatona - A primeira maratona "Reumática" from Carlos Espiguinha on Vimeo.

Em primeiro lugar tenho que dizer que a nossa “Reumatona” foi um sucesso, como é lógico houve os contratempos habituais, mas se em sete Bttistas ninguém tivesse um problema mecânico até parecia mal (ehhehhe). Os contemplados do dia foram o Artur com um furo e um raio partido, o Licínio partiu a corrente e o Jorge teve um problema no disco do travão da roda dianteira, mas nem isso não foi o suficiente para manchar a nossa primeira maratona.

Conforme tínhamos combinado encontrámo-nos na Lagoinha, junto ao Restaurante “A Charrua” e iniciámos o percurso por volta das 8h15. Seguimos o caminho habitual até Palmela e depois seguimos pelos não menos habituais Moinhos da Serra do Louro (os “nossos” moinhos não podiam faltar na Reumatona). A seguir aos moinhos chegámos à nossa subida predilecta: o “Cai-de-Costas”, eu como era o repórter de serviço fui em primeiro lugar e não tive problemas nenhuns em chegar lá a cima (por acaso estava com medo de não conseguir subir devido ao peso extra que levava na mochila). Depois foi a vez do António (ainda não foi desta), a seguir foi a vez do Jorge e do Fernando mas quando eles estavam num dos pontos mais críticos da subida apareceram três ou quatro tipos em sentido contrário e os nossos “Reumáticos” tiveram que desmontar (eu avisei os tipos para terem cuidado porque vinha pessoal a subir mas só um deles teve a preocupação de se desviar). Eles como não ficaram nada contentes com a paragem resolveram voltar para trás e tentar outra vez! Antes da 2ª tentativa deles foi a vez do Artur, como seria de esperar ele subiu de forma exemplar (e o vídeo não me deixa mentir) e provou que até com pneus carecas se consegue subir o “Cai-de-Costas. Agora sim era a vez do Fernando e do Jorge tentarem uma segunda vez e como desta vez não encontraram obstáculos “extra” subiram sem qualquer dificuldade. O Lino e o Licínio também tentaram com bravura superar o desafio mas não o conseguiram fazer principalmente devido ao quadro e aos estreitos guiadores das suas bicicletas (e o António também sofre do mesmo).
Passámos a Capela do Alto das Necessidades, atravessámos a N10 e quando íamos a caminho daquela quinta abandonada tivemos de parar porque vinha uma grande comitiva do “Movimento à Borliu” a descer em alta velocidade (e por pouco não iam havendo choques frontais, o Jorge que o diga!). Depois passámos ao lado do velho Moinho do Cuco, subimos as raízes e depois voltámos a fazer o trilho que vai dar à Quinta da Califórnia.
Depois de uns metros no alcatrão dos picheleiros entrámos na Quinta do Alto da Madalena e não deve faltar muito tempo para que este trilho deixe de estar acessível, isto porque as obras para a construção de uma (ou serão duas?) moradias estão a avançar em ritmo elevado (não deixa de ser interessante o facto de ainda se deixar construir em pleno parque natural da Arrábida...). Saímos da Quinta, voltámos à esquerda, e um pouco mais à frente virámos à direita e seguimos pelos trilhos rochosos, aí lá tivemos de fazer um pouco de Downhill on Foot [o já famoso “Foot Hill”], mas vimos 3 ou 4 tipos a fazerem a descida montados, nós também podíamos ter tentado, mas como todos queríamos ir trabalhar no dia seguinte achámos melhor descer a butes (mania de ser cumpridor, ehhehe). A partir dali, os tais tipos que fizeram a descida rochosa foram sempre à nossa frente até ao trilho da Falésia, a diferença foi que eles subiram para um trilho que tem uma corrente (para proibir a passagem) e nós seguimos em frente. Devido a essa troca de trilhos acabámos por nos cruzar mesmo no trilho da falésia, ainda brincámos um pouco com isso e depois seguimos cada grupo para seu lado e já não os encontrámos mais. Por falar no trilho tenho que referir que de nós os sete, apenas o Fernando, o Artur e eu é que nos aventurámos a rolar num dos mais bonitos trilhos da Serra da Arrábida, o resto do pessoal ficou a descansar e a fazer a reportagem (o António ficou encarregue do vídeo e o Jorge das trugas). Os repórteres fizeram um bom trabalho, mas falharam por uns segundos e não conseguiram apanhar o trambolhão que o Artur ia dando quando estávamos a terminar o percurso. Por falar em trambolhões, quem também deu um tralho foi o Fernando que ao tentar desviar um ramo de um arbusto, este acertou-lhe em cheio no guiador e pimba, lá foi ele para o chão. Mas felizmente a queda não teve consequências e isso é o mais importante.
A fome estava a começar a chegar e nós antes de chegarmos ao trilho que nos levaria até ao parque de merendas ainda tínhamos pela frente mais uma sessão de “Foot Hill”, descemos mais aqueles obstáculos rochosos (sem quedas!) e depois lá nos montámos nas nossas bikes e seguimos pelos trilhos do Alambre até que chegámos à primeira pausa programada.
Depois de restabelecermos as energias e de pormos as conversas em dia voltamos aos trilhos do Vale do Alambre desta vez em direcção ao trilho do Chico das Saias, já no trilho aconteceu-me um pequeno acidente: o pedal direito escapou-se ao meu pé e afincou-se na perna! Fiquei com cinco buracos na perna (e ainda os tenho) mas um deles deve ter acertado numa artéria qualquer porque sangrava abundantemente (o que vale é que havia betadine e pensos e conseguiu-se estancar o sangue). Como não me doía nada (era mais o sangue que outra coisa qualquer) continuámos a nossa “Reumatona” pelos sempre emocionantes trilhos do velho Chico. A seguir descemos os estradões que vão dar aos picheleiros com a sempre perigosa gravilha (felizmente desta vez ninguém se espalhou).
Quando chegámos à estrada dos picheleiros, rolámos mais uns metros pelo alcatrão (os pneus da bike do Vaquinhas pareciam os de um tractor! Tal era a suavidade...eheheheh).
Antes do cruzamento que vai para o Vale da Rasca, virámos à direita a caminho da Quinta do Sobe e Desce e surpreendentemente verificámos que o caminho estava todo empedrado (eu até fiquei a pensar se me tinha enganado no caminho). Quando chegámos à Quinta, falámos com o dono e ele disse-nos que ele e mais quatro proprietários tinham mandado fazer aquelas obras e que tinham gasto uns milhares de euros (ele até disse o valor, mas sinceramente já não me recordo do numero, só sei que era bastante alto!), só resta saber se elas irão aguentar as chuvadas do Inverno (esperemos que sim!!). Depois da conversa com o senhor lá continuámos a interminável subida deste trilho, estávamos numa altura em que era importante poupar energia e por isso apelei ao pessoal diminuir o ritmo porque a viagem ainda era longa.
Descemos até ao Vale da Rasca, atravessámos a estrada e subimos o trilho que é interrompido por um tronco que o atravessa. Optámos por parar ali um pouco (o tronco serviu de banco) para recuperar as energias despendidas nas subidas.
Quando voltámos aos pedais, tivemos de parar outra vez, mas desta vez tivemos uma boa desculpa, o Licínio partiu a corrente da sua Sarilhex Mega-Range e a nossa equipa de mecânicos teve de entrar em acção.
Depois de concluída a operação (com sucesso) continuámos a subir mais um pouco até chegarmos ao trilho que desce até à Ribeira da Comenda. A meio caminho encontrámos uma série de Medronheiros e lá tivemos de fazer outra pausa, desta vez para comermos os saborosos medronhos da Arrábida (o pessoal que nunca tinha provado adorou!). Depois do curto repasto descemos até aos trilhos da Comenda, atravessámos a Ribeira e seguimos em direcção ao parque de merendas onde iríamos fazer a segunda pausa programada.
Eram horas de almoço, haviam muitas famílias a preparar as suas refeições e nós que só tínhamos sandochas, iogurtes, fruta, bolachas e barras energéticas ficámos com vontade de fazer um “Bifanas Jacking” àquele pessoal que nos estava a “provocar” (de referir que a única provocação que eles nos estavam a fazer era simplesmente grelhar e comer...)
A seguir ao almoço, seguimos o alcatrão até à N10 e depois subimos o estradão da Capela de São Luís da Serra. O calor naquela altura começava a apertar (antes da subida tive mesmo de tirar o corta-vento porque senão ia chegar lá acima cheio de “febre” ehehhehe). Depois seguimos pelos antigos trilhos dos pastores até ao estradão do tanque.
Quando passámos o tanque, subimos mais um pouco e depois cortámos à esquerda e rolámos pelo estradão que passa no meio de um pinhal. Quando a subida acabou virámos novamente à esquerda e voltámos a subir por mais duas vezes até que chegámos à descida que provocou a queda mais aparatosa da jornada. O eleito foi mais uma vez o nosso amigo “Quedas” que felizmente não se aleijou, a Specialized é que ficou com um problemazito no disco da roda da frente, mas a nossa equipa mecânica entrou em acção e conseguiu que a bike voltasse a rolar sem muitos empenos. Depois de se arrumarem as ferramentas, fizemos mais uma subidazita e a seguir foi sempre a descer por ali a baixo até que chegámos ao largo. Aí tínhamos planeado virar à direita e seguir pelo trilho que atalha até à “Câmara-Frigorifica”, mas infelizmente alguém andou a lavrar uma parte do terreno e impossibilitou a nossa passagem. Eu sinceramente acho que ele fez aquilo só por velhaquice e não vai lá semear rigorosamente nada (daqui a umas semanas já vamos ter certezas), eu digo isto porque na semana passada passaram ali naquele sitio dezenas de bttistas num passeio organizado (nós até tivemos de parar à espera que eles passassem) e esse facto não deve ter agradado nada ao dito senhor.
Como só para a morte é que não há solução, seguimos em frente até à Rua do Alto das Necessidades e depois cortámos à direita antes da adega.
Subimos a “frigorifica” e aqui o “empeno” já se começava a notar, mas ultrapassámos todas as dificuldades e chegámos até ao Vale dos Barris. Aí como seria de esperar, cortámos à esquerda para depois subirmos o estradão perto do “Cai-de-Costas”. Mais uma vez tivemos de reunir todas as forças disponíveis para o subir e só descansámos quando chegámos lá a cima.
Enquanto fazíamos mais uma das nossas pausas estratégicas, vimos duas cenas que não estávamos nada à espera: Um Toyota Corolla a descer o “Cai-de-Costas”! Quando o casal chegou ao pé de nós perguntaram-nos indicações sobre para onde podiam ir. Eu aconselhei-os a descer o estradão e depois ou virar à direita e ir até Palmela, ou virar à esquerda e subir até ao Alto das Necessidades. A seguir ao Toyota, apareceu do outro lado, uma família (acho eu que deviam ser família...) muito bem equipada, aquilo eram capacetes e bikes de downhill (de muitos mil euros cada uma! Acho que só a suspensão de uma delas dava para comprar duas ou três bicicletas iguais à minha). Aquilo era sinceramente areia a mais para as camionetas deles (o que também havia a mais era excesso de peso, nós até receámos que houvesse uma avalanche de gravilha se um deles rebolasse pelo “Cai-de-Costas” abaixo, eheheheheh). [eu estou a brincar com a situação, mas acho muito bem que eles andem de bicicleta e pratiquem desporto e penso que todas as pessoas deviam seguir-lhes o exemplo!].
Era a altura de voltar aos pedais e seguir até aos trilhos que vão até à Quinta do Anjo, quando lá chegámos, o Artur teve um furo! Mais uma vez esta localidade não nos perdoou e depois de tantos quilómetros no mato, foi preciso chegarmos ao alcatrão quintajense para haver mais uma câmara-de-ar furada. Como o Artur também tinha um raio partido, o Lino aproveitou e para alem de lhe arranjar o furo também lhe substituiu o raio e desempenou-lhe o aro.
A partir daqui felizmente não houve mais incidentes, e eu e o Fernando ainda tivemos tempo para esticar a pedalada e fugir ao pelotão em mais um grande “sprint-reumático” (escusado será dizer que eu fui sempre à frente e que nos últimos metros o Fernando fez uma daquelas arrancadas à “Armstrong da Carregueira” e chegou aos sinais luminosos à minha frente).
Era o fim da primeira maratona “Reumática”, a nossa “Reumatona” que assinalou o nosso primeiro aniversário de pedaladas na Serra da Arrábida. Todos os “Reumáticos” que participaram neste evento estavam cansados, mas extremamente satisfeitos e orgulhosos por terem conseguido superar com êxito esta dura prova.
A “Reumatona” foi a prova que a Brigada-do-“Reumático” cresceu em todas as suas vertentes, hoje estamos muito mais fortes, a resistência física aumentou significativamente e até na técnica nós melhorámos! (apesar de neste aspecto ainda não sermos grande coisa, lololoolol) Por estas razões todos os elementos que participaram na maratona a partir de hoje vão integrar uma nova brigada: A Brigada-dos-“Rijos”!

"Reumáticos" de Serviço: António, Artur, Carlos, Fernando, Jorge, Licínio e Lino

Dados de grupo:

Distancia percorrida: 74,59 km em 5:15:11

Temperatura Mínima: 6 ºC


Dados individuais:

Media de Pulsações : 139 p/min.

Pulsação Máxima: 184 p/min.

Velocidade Média: 14,1 km/hora
Velocidade Máxima: 50,4 km/hora





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1 comentário:

  1. PARABÉNS!A todos os participantes desta aventura; e em especial ao nosso repórter & realizador pelo exelente vídeo apresentado!

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