O desafio a que me propus no sábado passado foi fazer um percurso desde o Lugar do Penteado até ao Mosteiro de Alcobaça sempre por estrada mas com a minha bicicleta de todo o terreno. A ideia era fazer 123 km em menos de 7 horas, se possível a uma média de +/- 20 km/hora e efectuando três paragens de cerca de 10 minutos, o que na realidade acabou por não acontecer porque cometi um pequeno erro no trajecto antes de chegar a Rio Maior e acabei por fazer 127 km e só parar por mais de 10' duas vezes...
O percurso:
Saí do Penteado às 06h00 e apesar de ainda estar escuro não tive problema nenhum porque praticamente não apanhei transito até Sarilhos. Depois o dia começou a clarear e quando cheguei à "Casa das Enguias" na Lançada já havia luz suficiente para se circular com mais segurança. Depois segui até à Atalaia e dali até Alcochete.
A parte mais monótona de todo o percurso foi desde o Campo de Tiro até ao Porto Alto porque são cerca de 16 km sempre em linha recta...
Antes de chegar ao Porto Alto, no Paul da Vala ainda consegui ver ao longe uma garça e algumas cegonhas mas só a garça manteve a pose para a fotografia!
Por falar em rectas, depois do Porto Alto surgiu a recta do cabo que apesar de ser longa tem "só" 8 km e que por isso não teve um impacto tão negativo como a anterior.
A primeira paragem programada foi +/- aos 50 km na Ponte Marechal Carmona em de Vila Franca de Xira:
Depois segui até à Castanheira do Ribatejo, Carregado, Alenquer e Cheganças e só depois de passar pela Ota é que começaram as primeiras subidas, mas nada que me atrapalha-se muito.
Alenquer |
Monte Redondo |
Serra de Montejunto |
Serra de Montejunto |
Quinta da Vassala e Vala Nova |
A segunda paragem estava combinada +/- aos 85 km no parque de estacionamento do Restaurante "O Pôr-do-Sol", onde faria o único contacto com o carro de apoio. Mas como a Catarina se atrasou um pouco e eu ia a uma velocidade média superior ao espectável, só parei 1,50 km mais à frente e ainda tive de esperar uns minutos por ela antes da entrada na parte do IC2 que está equipada a uma Auto-Estrada, e que por isso não permite a circulação de bicicletas.
Dois terços do percurso estavam feitos e continuava a sentir-me em óptimas condições físicas, e desta vez tinha a oportunidade de provar o que muitas vezes acontece quando chego a casa após as voltas domingueiras na Serra da Arrábida e digo que se fosse preciso ainda fazia mais 50 km...
A Catarina seguiu pelo IC2 até Alcobaça e eu continuei pela N1 (Quebradas, Asseiceira e Rio Maior), mas antes de chegar a Rio Maior enganei-me e em vez de seguir o que tinha planeado em casa, segui por uma estrada que eu já conhecia, por lá ter passado duas ou três vezes de carro, e só me apercebi disso quando cheguei a uma rotunda, que como é habitual em Portugal, não tinha placas direccionais e que eu não me lembrava de ter visto no estudo prévio que fiz do percurso no Google Earth.
Para não correr o risco de andar às voltas em Rio Maior, perguntei a um transeunte que por ali passava qual seria o melhor caminho para Alcobaça. Ele ficou admiradíssimo e até me questionou se eu ia mesmo de bicicleta, agora imaginem a cara com que ele ficaria se eu lhe tivesse dito que já vinha a pedalar desde a Moita, eheheheh. A seguir segui sempre por uma excelente ciclovia que passa por perto do estádio municipal e que segue quase até às Marinhas do Sal
Estava a chegar a parte do percurso que mais me custou a fazer porque subir desde as Salinas até ao Alto da Serra já com 100 km nas pernas não é nada fácil (podem ver no gráfico as diferenças de altitude), mas apesar de ter sido obrigado a meter o carreto de 32 dentes, por mera teimosia nunca meti a "avozinha" e fiz a subida toda no prato do meio. Quando cheguei lá a cima achei que era uma boa oportunidade para tirar umas fotos à paisagem... (não foi por estar cansado nem nada, lolol)
Quando cheguei à Venda das Raparigas fiquei com a certeza absoluta que iria conseguir terminar o desafio com sucesso visto que faltavam só cerca de 20 km e já tinha ultrapassado a parte mais difícil do percurso.
Com o aproximar do fim ganhei uma dose extra de energia e optei por abdicar da 3ª paragem e cheguei à rotunda do Intermarché/Lidl da Benedita ao meio-dia e continuei sempre assim num bom ritmo, até Turquel, Évora de Alcobaça e Casal do Pereiro. Curiosamente só quando "ataquei" a ultima subida da etapa, que é uma subidinha da treta que se faz de olhos fechados e com uma perna às costas, a +/- 2 km do Mosteiro é que me deu uma câimbra na perna direita e que me obrigou a parar e a esticar o músculo por uns segundos. Felizmente bastou um minuto para recuperar e pude terminar com sucesso o desafio a que me propus, mas tenho a certeza que mesmo se não tivesse recuperado, como estava tão perto da "meta", acho que haveria de chegar ao mosteiro nem que fosse a rebolar! eheheh
O Mosteiro de Alcobaça:
O Mosteiro de Alcobaça foi reconhecido como Património Mundial pela UNESCO, e é uma das mais importantes abadias cistercienses europeias. Foi fundado em 1153, por doação de D.Afonso Henriques a Bernardo de Claraval, mas a actual abadia só começou a ser construída em 1178 e é a maior e primeira grande obra do gótico primitivo português.
Dentro da igreja encontram-se diversos túmulos de Reis e Rainhas de Portugal, incluindo os túmulos de D.Pedro I e o de D.Inês de Castro.
Quem quiser saber mais sobre a historia do Mosteiro basta clicar aqui.
Distância percorrida: 127,20 km (5:41:01) [tempo efectivo: 6h34]
Altura máxima: 217 m
Altura mínima: 1 m
Acumulado de subidas: 1574 m (TrackMaster) - 808 m (GPSies)
Índice de dificuldade: 1355 m (TrackMaster)
Media de Pulsações: 140 p/min.
Pulsação Máxima: 175 p/min. (00:00:00 acima do limite)
Media de Pulsações: 140 p/min.
Pulsação Máxima: 175 p/min. (00:00:00 acima do limite)
Velocidade Média: 22,40 km/hora (superei as minhas melhores expectativas)
Velocidade Máxima: 57,60 km/hora (alcançada mesmo no final a poucos metros do Mosteiro)
increible carlos, me lo he pasado en grande leyendo tu novela de mtb.te juro que me ha llegado al alma como expresabas con tus palabras tu duro viaje que al final tuvo su merecida recompensa.ademas ,que admiro todos esos monumentos antiguos y ademas se lo que tambien es hacer 20 kilometros en linea recta,es pura monotonia.enhorabuena por la hazaña,de verdad he estado esperando este momento y feliz por lo que has conseguido.un abrazo carlos!!!
ResponderEliminarMagnifico passeio amigo. Muito belo o mosteiro e com grande historia pelo que parece. As fotos do mosteiro estão otimas!!! Parabens
ResponderEliminarFantástico. Parabéns por teres superado mais um desafio a que propuseste-te.
ResponderEliminarParabéns Carlos!
ResponderEliminarO teu desafio superado e ainda tiveste tempo para fotos durante o percurso, muito bem.
Está na altura de começares a pensar em outro desafio :-)
Abraço
Fernando Oliveira
Parabéns Carlos. Que grande e bela jornada.
ResponderEliminarO que li de mais positivo não foi o teres chegado ao fim, mas sim o prazer com que o fizeste. Afinal essa é a essencia principal (ou deveria ser) de um atleta ou simples praticante.
Bravo.